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Certificação LEED

Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein – Campus Cecilia e Abram Szajman

Projeto

Com uma arquitetura marcante, baseada nos princípios da biofilia, o Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, em São Paulo, vem conquistando uma série de prêmios e reconhecimentos no Brasil e no exterior. Um deles foi o Regional Technology Awards, conferido pela ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers). A entidade premiou o projeto por incorporar diretrizes e premissas de eficiência energética e sustentabilidade, e também, o profissional, Eduardo Yamada, Gerente Técnico na Unidade Sustentabilidade do CTE, pela participação nos serviços de consultoria LEED e comissionamento dos sistemas prediais. O empreendimento brasileiro ficou à frente de outros projetos de destaque de países como Argentina, Chile, Colômbia, Equador e Porto Rico.

A sustentabilidade é um dos fatores que tem atraído as atenções para o edifício de 44 mil m² de área construída e que está em processo de certificação LEED BD+C nível Gold. Com arquitetura assinada pelo renomado escritório Safdie Architects, o Centro contou também com o envolvimento de outra empresa global, a Perkins&Will, que assumiu as funções de planejamento educacional, laboratorial e de saúde, responsabilidade técnica e acompanhamento das obras.

 

Interação com a natureza e eficiência energética

Para seu primeiro projeto no Brasil, o arquiteto israelense Moshe Safdie quis criar um espaço que funcionasse como um oásis do conhecimento, privilegiando o bem-estar dos usuários, sem prescindir da eficiência e da sustentabilidade. Isso o levou a explorar a biofilia, conceito que se apoia em estratégias para aproximar as pessoas da natureza, visando melhorar a saúde e o bem-estar delas.

No Centro de Ensino e Pesquisa, a atenção com os usuários motivou uma série de decisões projetuais. Entre elas, a construção de um átrio principal que desempenha múltiplas funções: conectar as atividades de ensino e pesquisa, garantir farta disponibilidade de luz natural, e abrigar um bosque, com espécies da Mata Atlântica. O paisagismo exuberante projetado por Isabel Duprat pode ser apreciado de quase todos os cantos do edifício.

“Além de trazer a natureza para o interior, o bosque ajuda a criar um microclima que favorece o conforto ambiental e o bem-estar aos ocupantes”, explica Eduardo Yamada. Ele conta que o CTE colaborou com o desenvolvimento e a avaliação dos projetos desde as etapas iniciais, inclusive apoiando os projetistas na definição da arquitetura de envoltória, sistemas de iluminação e ar condicionado. “O objetivo foi oferecer subsídios para a tomada de decisões de especificações com base em dados e em análises consistentes obtidas pela modelagem energética computacional, que é uma ferramenta para essa finalidade”, conta Yamada.

Um aspecto relevante é que, apesar da grande extensão de vidro, o edifício é muito eficiente do ponto de vista energético. Isso se explica por uma série de práticas adotadas. Entre elas, a especificação de vidro serigrafado para a cobertura, permitindo a passagem da luz solar com maior controle, assim como as amplas áreas envidraçadas das salas de aula e dos laboratórios recuadas e protegidas com brises em pontos estratégicos. Além disso, cada um dos níveis da fachada é ajardinado, aumentando as áreas internas sombreadas.

 

Máquinas eficientes

Outro destaque está nos equipamentos de ar condicionado com central de água gelada. O sistema é composto por três chillers de condensação à água com compressores centrífugos com mancal eletromagnético de 600 TR de altíssima eficiência. Ele também conta com bombas de água gelada com vazão variável, bombas de água de condensação e torres de resfriamento de circuito aberto de 702 TR.

O edifício possui, ainda, coletores solares para atendimento de 40% da demanda de água quente de laboratórios e vestiários, bem como sistema de aproveitamento da energia rejeitada do circuito de condensação dos chillers para pré-aquecer a água enviada à central de água quente.

Na parte de iluminação, a instalação de um sistema de automação com rede de comunicação de última geração, associado a sensores de presença e de vacância, permitiu reduzir a demanda de energia, sem comprometer o conforto e a segurança dos ocupantes.

Segundo a modelagem energética realizada pelo CTE, o projeto apresentou redução de 9% no consumo anual de energia com ar condicionado em comparação ao modelo de referência (baseline), conforme parâmetros energéticos estabelecidos na norma internacional ASHRAE Standard 90.1-2010. Já com relação ao sistema de iluminação, a economia ficou acima de 30%.

A farta vegetação no coração do edifício também colaborou para a melhoria e manutenção da qualidade do ar interno, incrementada, ainda, com uma série de tecnologias de monitoramento. Há sensores de CO₂ em todas as salas de aula e escritórios e sensores de CO para controle e modulação da exaustão das garagens, além da instalação de filtros de ar finos nos equipamentos de ventilação.

Para atender as exigências da certificação LEED, as obras para a construção do Centro de Ensino e Pesquisa também tiveram o apoio do CTE. Nesse caso, o foco foi auxiliar a construtora (Racional Engenharia) na manutenção das melhores práticas de sustentabilidade, incluindo estratégias para minimizar impactos à vizinhança, controles de poluição do entorno e controle de ruídos.

 

Sobre o Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein

O Centro de Ensino e Pesquisa da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein tem capacidade para cerca de 6 mil pessoas. Concebido para se tornar uma das instituições mais avançadas da América Latina em estudos e pesquisas biomédicas e médicas, o prédio no bairro do Morumbi acomoda alunos das graduações de medicina e enfermagem, docentes e pesquisadores.

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