Com a queda histórica da taxa de juros muitos investidores acostumados com a renda fixa estão buscando alternativas mais rentáveis de investimento. E uma das opções para estes investidores que buscam maior segurança e rentabilidade em aplicações de longo prazo são os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs).
Criados em 1993 por meio da Lei 8.668, os FIIs começaram a ganhar mais
destaque a partir de 2008 através da publicação do Instrumento Nº 472 pela CVM.
Esta modalidade de investimento tem como objetivo aplicar recursos financeiros
em empreendimento imobiliários ou de base imobiliária, em desenvolvimento ou já
implantados, e são constituídos sob a forma de condomínio fechado, dividido em
cotas.
Quer saber mais sobre esses fundos? Então, continue conosco:
VANTAGENS DOS FIIS
O investidor de um FII pode ser remunerado de duas formas: com a distribuição de rendimentos (que costuma ser mensal, apesar da legislação obrigar a distribuição apenas semestralmente) e também com a valorização das cotas negociadas na bolsa de valores, a B3.
Existem algumas vantagens em se investir no mercado imobiliário através dos FIIs, ao invés do investimento direto em imóveis, tais como:
Baixo volume de recursos necessários, sendo
acessível a qualquer investidor através da compra de cotas, além de do
investidor não ter gastos com ITBI, taxas de certidões, comissão de
imobiliária, entre outros;
Possibilidade de diversificação em várias
tipologias, tais como lajes corporativas, galpões logísticos, shoppings, etc;
Isenção de Imposto de Renda sobre os
rendimentos mensais recebidos pelos cotistas pessoas físicas (desde que o FII
tenha ,no mínimo, 50 cotistas, e que o investidor não detenha, individualmente,
mais que 10% das cotas emitidas pelo fundo);
Pouca burocracia;
Alta liquidez.
Diante das vantagens para os investidores
pessoa física, queda da taxa de juros e retomada do mercado imobiliário, o
número de investidores dos fundos imobiliários vem crescento vertiginosamente
desde 2019, alcançando a marca de 957 mil em Julho, segundo boletim mensal
emitido pela B3. Para efeitos de comparação, em Dezembro de 2008 eram 208 mil
investidores. Segundo o mesmo relatório, em Julho eram 486 fundos registrados
na CVM, sendo que 286 estavam listados na Bolsa.
PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO
A escolha entre os diferentes fundos disponíveis depende de estratégia,
metas financeiras, prazo, perfil e riscos envolvidos. Resumidamente, temos:
Fundos de desenvolvimento: fundos que
investem em projetos imobiliários visando a venda ou locação dos imóveis quando
prontos;
Fundos de tijolo (ou de renda): Investem
majoritariamente em imóveis físicos, como shoppings, lajes corporativos e
galpões logísticos, objetivando a renda gerada pelos aluguéis;
Fundos de papel (ou de recebíveis): fundos
que investem majoritariamente em recebíveis imobiliários, como CRI (Certificado
de Recebíveis Imobiliários), LIG (Letra Imobiliária Garantida), LCI (Letra de
Crédito Imobiliário), LH (Letras Hipotecárias), CEPAC (Certificados de
Potencial Adicional de Construção), etc;
Fundo de Fundos (ou FOF): fundos que
investem majoritariamente em
cotas de outros fundos imobiliários;
Fundos híbridos: como o próprio nome diz,
possuem uma carteira que mescla imóveis físicos, recebíveis e cotas de outros
fundos.
Quando se fala em fundos imobiliários, é importante destacar que o retorno financeiro está diretamente ligado à qualidade dos ativos e do gestor, que deve ser altamente especializado. Também é importante que o investidor tenha a mentalidade de que este é um investimento de longo prazo.
REFLEXOS DA PANDEMIA
A pandemia de Covid-19 vem causando impactos em todos os setores da economia e não é diferente no mercado imobiliário. “Fundos atrelados à hospitalidade, a shoppings e a lajes corporativas foram os primeiros a sentir a paralisação da economia”, conta Guilherme Bueno Netto, sócio-fundador da RBR Asset.
Mas por trás de um cenário incerto, pode haver oportunidades para a evolução do próprio mercado. “Temos visto muitos segmentos se transformarem nos últimos anos. O setor imobiliário, que mudou pouco até então, está sendo obrigado a se adaptar, forçado por esse cenário pós-pandemia”, diz Vitor Bidetti, CEO da Integral Brei.
Entre as transformações em curso destacam-se à maior adesão ao home office, que tende a exigir adaptações das lajes corporativas e a impulsionar o desenvolvimento de empreendimentos residenciais em bairros planejados. “A convivência entre as pessoas é o que forma a identidade de uma corporação. Por isso, apesar do aumento do trabalho remoto, ainda haverá demanda por escritórios”, acredita Marcelo Jensen, diretor técnico do Pátria Investimentos.
Há, também o aquecimento do setor logístico, estimulado pelo maior protagonismo assumido pelo e-commerce, e uma valorização crescente dos empreendimentos com sustentabilidade incorporada. “Os ativos que não tiverem a sustentabilidade como um valor intrínseco, tendem a ser descartados. É uma questão de manutenção a longo prazo”, analisa Roberto Lima, CEO da Autonomy.
Lima também vislumbra um movimento em prol de projetos que priorizem a saúde e o bem-estar dos usuários, como os certificados Well. “Já havia essa visão de se preocupar com o impacto dos empreendimentos e com sua interação com o entorno e com as pessoas. Mas a pandemia vem colocando isso em um novo patamar”, conclui o executivo da Autonomy.
Se quiser saber mais sobre os FIIs, assista o nosso Webinar “Os Fundos de Investimentos e a Retomada do Mercado Imobiliário Pós Covid“. Promovido pela Unidade de Relacionamento CTE enredes, o evento contou com a participação de Guilherme Bueno Netto, Marcelo Jensen, Roberto Lima e Vitor Bidetti.
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