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Certificação EDGE: Guia com tudo o que você precisa saber

12 de março de 2024

Presente em 150 países, a certificação EDGE (Excellence in Design for Greater Efficiencies) é o sistema de certificação para atestar a sustentabilidade de edifícios que mais cresce no Brasil.

Criado para facilitar o acesso aos selos de sustentabilidade, o processo vem sendo impulsionado principalmente pelo setor financeiro, que oferece taxas mais competitivas para os empreendimentos comerciais ou residenciais que detém o selo. 

O Banco Itaú, por exemplo, já disponibiliza condições diferenciadas de financiamento aos empreendimentos certificados com o EDGE, tanto para o investidor, como para o comprador pelo programa Repasse Verde.

O que é a Certificação EDGE?

Certificação Edge

O EDGE é um processo de certificação para green buildings (edifícios verdes) lançado em 2015 pela Internacional Finance Corporation (IFC), órgão do Banco Mundial.

A iniciativa é resultado da constatação de que não há como atuar para reduzir as mudanças climáticas sem melhorar o desempenho dos edifícios. Com o EDGE, a IFC pretende democratizar o movimento de construção verde.

Isso porque, seja pela complexidade dos processos de certificação, seja em função dos custos envolvidos, ainda há muitos novos empreendimentos à margem das certificações ambientais. 

Quais são as categorias avaliadas na Certificação EDGE?

O EDGE se concentra em três categorias — energia, água e carbono incorporado. 

Na visão do Banco Mundial, essas áreas são as prioritárias para gerar um choque de eficiência rápido na operação dos edifícios.

Quais são as tipologias da Certificação EDGE?

O sistema EDGE é aplicável a todas as tipologias de projeto, incluindo residenciais, hospitais, edifícios de escritório e educacionais, comércio e hotéis. 

De armazéns na África do Sul a edifícios de apartamentos na Colômbia, o EDGE vem gerando impactos positivos em todo o mundo.

No Brasil, uma série de empreendimentos com diferentes perfis já receberam o selo EDGE. Entre eles, o edifício Conselheiro Crispiniano, retrofit no centro da capital paulista, o Rooftop Canuto 1000, em Fortaleza, CE, e o YOU Harmonia, em São Paulo. 

Outro case interessante é o da Leroy Merlin em Salvador, BA. A loja na capital baiana foi certificada com o EDGE Advanced, com reduções da ordem de 48% (energia), 30% (água) e 49% (materiais).

A certificação EDGE também se viabiliza em empreendimentos de padrão econômico. Um exemplo é o Bosque da Serra, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. 

O condomínio composto por cinco torres da Paladin Realty Partners e do Grupo Kallas alcançou redução de 21% no consumo de energia, 26% no consumo de água e 71% de energia incorporada nos materiais.

“O EDGE veio para amplificar a construção sustentável no Brasil e no mundo, desmistificando a retórica de que prédios verdes são apenas para o alto padrão”, afirma Adriana Hansen, diretora técnica de Sustentabilidade do CTE.

Como funciona o processo de certificação?

O EDGE se dedica à análise do projeto e da construção entregue ao usuário.

Após a inserção dos dados em uma plataforma on-line, o projeto é submetido a uma primeira auditoria para a concessão de uma certificação preliminar. 

Quando a obra chega ao fim, há uma nova auditoria documental e presencial para verificar se o que foi planejado foi executado dentro dos parâmetros do selo. Só então é emitida a certificação final.

Certificação-Edge

Conheça qual o processo completo de certificação Edge.

Quais são as etapas da Certificação EDGE?

Ágil, o processo de certificação criado pela IFC envolve as seguintes etapas:

Projeto

  • Entrada de dados do projeto na plataforma eletrônica
  • Registro do projeto
  • Submissão da documentação do projeto
  • Avaliação de auditor
  • Avaliação de entidade certificadora
  • Obtenção da certificação preliminar

Construção

  • Inserção dos dados as-built na plataforma
  • Registro da documentação as-built do projeto
  • Avaliação do auditor
  • Verificação da entidade certificadora
  • Conquista da certificação.

Quais são os diferenciais do EDGE?

A simplicidade e a agilidade são algumas características que diferenciam o selo EDGE de outras certificações para edifícios verdes. 

Outras particularidades do processo criado pela IFC são o uso de uma plataforma on-line e de benchmarks regionais:

Plataforma on-line

Trata-se de uma plataforma web gratuita, com enfoque quantitativo, que funciona de modo semelhante a um software de simulação para mensurar as ações de sustentabilidade dos projetos.

Com interface intuitiva, a ferramenta pode, inclusive, ser acessada por projetistas para comparar o desempenho de diferentes estratégias.

Isso significa que, “mesmo que a empresa não tenha interesse em buscar a certificação do empreendimento, ela pode usar a plataforma para identificar o nível em que se encontra e ver como melhorar”, comenta Camila Orlando, consultora de sustentabilidade do CTE.

É possível inserir na plataforma dados diversos, da orientação solar, aos materiais de cobertura e fachada, passando pela especificação de luminárias, torneiras e sistemas de ar condicionado. 

Em poucos segundos, o software faz os cálculos de consumo, compara os dados com o baseline e indica o percentual de economia.

Benchmarks regionais

A certificação EDGE adota benchmarks regionais como referência. Isso significa que o empreendimento certificado é comparado com outros edifícios da sua região e não com aqueles construídos sob uma realidade distinta.

Outro ponto positivo é que os referenciais mudam ao longo do tempo, absorvendo a evolução da tecnologia e fazendo com que a régua suba gradativamente, levando o mercado a se aprimorar.

Quais são os níveis da Certificação EDGE?

O EDGE trabalha com três níveis de certificação:

Nível certificado — Exige a comprovação de 20% de economia em energia, água e na energia incorporada aos materiais de construção. Tudo isso em comparação a um projeto-referência (baseline).

Nível avançado (EDGE Advanced) — Reservado para os projetos que obtêm 40% de economia ou mais em energia. Os projetos neste nível de certificação também são reconhecidos como Zero Carbon Ready.

Carbono Zero — Dedicado a projetos em operação, certificados no nível Avançado, que utilizam 100% de energia renovável ou que compram compensações de carbono. 

Como adequar seu edifício à certificação EDGE?

Certificação Edge

O processo de certificação EDGE evidencia o quão positivas podem ser soluções de baixa complexidade e de amplo domínio técnico para a sustentabilidade. 

O processo valoriza práticas, como as listadas a seguir:

Energia

  • Revestimentos de fachada de cores claras, que absorvam menos calor, reduzindo o consumo de energia do edifício
  • Iluminação eficiente, com lâmpadas de baixo consumo energético e leds
  • Instalação de sensores de presença nas áreas comuns
  • Adequada proporção de aberturas, de modo a favorecer a eficiência energética, sem perder o benefício da iluminação natural dos espaços
  • Aquecimento solar de água
  • Sombreamento externo

Água

  • Instalação de vasos sanitários com acionamento dual-flush e de torneiras economizadoras
  • Chuveiros de baixa vazão (quando entregues) ou recomendação de uso de dispositivos de baixa vazão no Manual do Proprietário
  • Instalação de sistema de coleta de água da chuva para irrigação das áreas verdes

Materiais

  • Lajes de concreto para pisos e cobertura
  • Vedações com alvenaria com blocos vazados
  • Caixilhos de PVC
  • Sistema estrutural esbelto (concreto protendido, por exemplo).

Quanto custa obter a Certificação EDGE?

Além de envolver um processo de certificação mais veloz e simplificado, o EDGE requer investimentos mais baixos para o pagamento de taxas, auditoria e consultoria. 

De acordo com cálculos do CTE, é possível obter uma certificação EDGE com cerca de ¼ do valor investido nos selos multiatributos mais tradicionais.

Por que buscar a Certificação EDGE?

A busca por certificações que atestem a sustentabilidade dos edifícios na fase de projeto e de operação é um movimento global crescente. 

Há vários impulsionadores por trás dessa tendência, a começar pela necessidade de minimizar os impactos ambientais das edificações nas cidades, que não são poucos.

Para se ter uma ideia, somente a operação dos edifícios responde por 26% das emissões de gases do efeito estufa mundialmente, de acordo com o levantamento do EIA de 2023. 

O interesse pelas certificações se deve, também, à necessidade de evitar o greenwashing e as autoalegações, permitindo aos consumidores avaliar e comparar produtos, empresas e empreendimentos.

Não se pode deixar de frisar, ainda, a maior sensibilização dos próprios usuários, que valorizam cada vez mais aspectos como eficiência, economia, sustentabilidade e conforto.

Como o CTE atua?

Líder no mercado de consultoria para green buildings, com mais de 400 empreendimentos certificados em diferentes processos, o CTE vem participando ativamente da expansão da certificação EDGE, sendo reconhecido pela IFC como EDGE Champion. 

Esse título é designado às empresas que se destacam por sua liderança na promoção da descarbonização do ambiente construído em suas regiões.  O CTE foi a primeira empresa brasileira a receber tal reconhecimento.

Nos últimos anos, o CTE tem apoiado as empresas na obtenção da certificação EDGE por meio de consultoria e auditoria. Graças à sua equipe altamente capacitada, composta por profissionais credenciados EDGE Experts, o CTE também oferece o curso EDGE in Company. 

O objetivo é permitir que construtoras e incorporadoras capacitem suas equipes internas, reduzindo custos com a contratação de consultorias para certificar os projetos. 

Quer saber mais sobre o portfólio de soluções EDGE? Entre em contato com o CTE!

Conclusão

O EDGE não compete com as outras certificações existentes no mercado. “Trata-se de mais uma alternativa no rol de processos disponíveis e que se diferencia por ser mais acessível”, explica Rafael Lazzarini, diretor de Sustentabilidade do CTE.

Com um processo mais simplificado, a certificação EDGE traz uma série de benefícios para diferentes stakeholders.

As incorporadoras certificadas, por exemplo, costumam registrar vendas mais rápidas, podem praticar preços mais altos e têm acesso a financiamento verde. 

Segundo Adriana Hansen, diretora técnica de Sustentabilidade do CTE, “os proprietários e usuários de empreendimentos certificados se beneficiam diretamente com os custos operacionais mais baixos e da taxa de financiamento dos bancos que pode ser até 3% inferior”. 

Há, ainda, os benefícios coletivos para a sociedade que ganha com a redução das emissões de gases do efeito estufa dos edifícios e, consequentemente, dos efeitos das mudanças climáticas.

TAGS: água, certificação edge, certificações, certificações ambientais, energia, materiais, plataforma on-line, stakeholders, sustentabilidade

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