Nos anos entre 2010 e 2014 o setor da construção imobiliária passou por um crescimento exponencial. Houve recorde de lançamentos, alta liquidez e demanda do mercado, o que aumentou muito o volume de negócios.
Este cenário demandou para as empresas do setor: criar e expandir equipes, contratar e desenvolver novos fornecedores e gerenciar novos processos dentro de um curto espaço de tempo e em meio a um turbilhão de demandas e obras em andamento.
Por consequência, tivemos um período de entregas de empreendimentos com vícios construtivos evidentes. No Jornal Nacional o mercado consumidor assistia reportagens de edifícios recém-entregues com rachaduras nas estruturas, vazamentos em instalações hidro sanitárias, portas e janelas que não fechavam, revestimentos cerâmicos caindo, etc.
No período seguinte, 2015 a 2018 o cenário econômico mudou e a realidade do setor foi de escassez, com a redução brusca dos lançamentos e grandes empresas encerrando suas atividades. Para as companhias que conseguiram atravessar este momento, foi tempo de reorganizarmos processos internos e de olhar definitivamente para a qualidade dos produtos colocados no mercado.
Ocorre que, para garantir qualidade real nos empreendimentos, a implantação de um sistema de gestão da qualidade com certificação ISO 9001 e PBQP-H nem sempre é suficiente.
O conceito de qualidade deve permear todos os processos da “vida” do empreendimento, desde a viabilidade até os detalhes de acabamentos da obra, impactando diretamente a percepção do cliente e a imagem da companhia.
Desta forma, a cultura empresarial voltada para a qualidade é recurso indispensável para envolver as pessoas que atuam em cada uma das etapas de desenvolvimento e execução.
Mas o que seria o conceito de qualidade?
Este conceito está totalmente relacionado com a percepção do usuário final, que espera ter um lar onde as instalações funcionem corretamente, os revestimentos sejam bem-acabados, os elementos sejam duráveis e promovam desempenho frente às condições de exposição como ruídos, temperatura, intempéries, etc.
Sendo assim, não é possível garantir qualidade sem considerar os critérios de desempenho das edificações, que foram parametrizados e consolidados através da ABNT NBR 15.575 em 2013.
Os empreendimentos projetados e construídos com conceitos de qualidade e desempenho possuem características mínimas, que garantem segurança à companhia e ao usuário final, como:
atendimento às normas técnicas;
maior precisão em orçamentos e prazos, já que conta com padronização dos processos;
redução de retrabalhos em obra;
redução de desperdícios;
redução de custos com assistência técnica;
transparência com o mercado e com o usuário final sobre os sistemas construtivos e suas manutenções.
A mudança de cultura deve ser uma diretriz clara da direção da empresa para todos os colaboradores. A implementação das mudanças é um trabalho contínuo e de resiliência, afinal, apesar de bem-vindas, elas são sempre encontram “barreiras” a serem quebradas. Quem nunca ouviu aquela antiga frase: “Faço assim há 20 anos, então por que mudar agora?”.
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